28/06/2012

Cláudio Alvarez Garcia

Lição de vida
Empresário volta a montar
Produtor rural supera as dificuldades da paraplegia e desafia o seu algoz


O texto, de 2008, é de autoria de Marcelo Lara, então aluno do 3º Período de jornalismo Uniube, Universidade de Uberaba.

O empresário rural Cláudio Alvarez Garcia é paraplégico e voltou a montar, desta vez no lombo de uma mula. A proeza foi possível graças ao encontro entre dois amigos - Cláudio e Nô, este último um adestrador de muares de Brasília. A lição de vida de Cláudio Garcia, um paranaense apaixonado por Minas Gerais, aficionado por cavalos e por produção de café daria roteiro para filme e sobraria assunto para livros de auto-ajuda. Ele reconstruiu sua vida e construiu vários empreendimentos em cima de uma cadeira de rodas.

Cláudio vive na cidade de Patrocínio, na região do Triângulo Mineiro.

Filho de uma família humilde, migrantes espanhóis que se estabeleceram no Estado do Paraná.

Trabalhou muito desde menino.

Aos 8 anos já estava na ativa. Foi engraxate, vendedor ambulante, catador de mamona, mecânico e corretor. Quando o pai saiu da roça, em 1967, foi trabalhar na pequena loja agropecuária da família.

Aos 21 anos casou, teve uma filha com Leonilde Garcia.

Aos 26 anos sua vida mudou radicalmente.

Cláudio caiu do cavalo quando trabalhava numa propriedade rural da família e ficou paraplégico.

De acordo com o depoimento da mãe dele, Agostina Garcia, a decisão de se adaptar à nova condição de vida, começou imediatamente após o diagnóstico. “Ele disse que continuaria a vida e a viver feliz e que a partir daquele momento iria se adaptar à falta de movimento das pernas”.

Depois de tantos anos numa cadeira de rodas, o empresário testemunha que tem uma vida normal, conseguindo manter unida a família, sustentar os negócios e a vida.

Recentemente realizou um sonho: voltar a montar, mesmo paraplégico.

A mudança da família Alvarez Garcia para Minas Gerais ocorreu em 1986, quando Cláudio e os pais ficaram fascinados pelo potencial do município de Patrocínio.

Cláudio conta que para fechar a compra da fazenda veio quatorze vezes para Minas Gerais dirigindo um veículo adaptado, percorrendo mil e 200 quilômetros por viagem.

Vieram todos: os pais, irmãos, cunhados e sobrinhos. Trabalham juntos em fazendas de café e gado e empresas ligadas à agricultura. Também plantam milho e soja e movimentam perto de 20 mil sacas de café por ano.

O empresário, hoje com 48 anos, não considera o acidente uma infelicidade. “Se é assim que eu tenho que estar, com certeza é assim que estou feliz, porque ser cadeirante, ser paraplégico mudou meus movimentos, mas não mudou minha forma de ver a vida”, afirma.

Ele considera que todo ser humano tem em si a capacidade dada por Deus de vencer e cita exemplos como do comunicador Silvio Santos, um ex-camelô, e do presidente Lula, que foi torneiro mecânico e retirante do Nordeste.

Seu dia inicia às 5 horas e o expediente só se encerra às 22 horas, após um dia de muito trabalho.

Mulas usadas para equoterapia
Na insistência de continuar montando mesmo paraplégico, Cláudio Garcia acabou sofrendo um segundo acidente quando capotou uma charrete.

Nada sofreu e não desistiu.

Ano passado, enquanto assistia televisão conheceu o trabalho de Josenildo de Souza, conhecido como Nô, adestrador de Brasília que tem um trabalho diferenciado com muares. Marcaram um encontro e Cláudio foi a Brasília conhecer o Rancho das Mulas.

Uma das mulas adestrada por Nô, ideal para este tipo de terapia, foi trazida de Brasília para Patrocínio. E o dia nove de setembro foi especial na Fazenda da família Alvarez Garcia. Da varanda da casa,os pais, irmãos, esposa, toda família viu Cláudio sair da cadeira e montar uma mula depois de 25 anos do acidente. Ajudado por Nô, ele iniciou mais uma etapa da adaptação.

Segundo o adestrador Josenildo da Costa, “os muares, embora a maioria das pessoas entendam diferente,são animais que se tornam dóceis após um doma bem feita, com técnicas adequadas”.

A mula é um animal que precisa ser conquistado, exige mais técnica do domador e automaticamente educa também o ser humano. “O adestramento de muares exige o método da persistência e não da pancada”, afirma.

Josenildo diz que o encontro com Cláudio Garcia inaugurou um novo momento do seu trabalho, com o desafio de usar mulas em terapias para pessoas com necessidades especiais. Ele estima que em seis meses Cláudio estará montando com segurança como fazia antes do acidente, ganhando independência. “É a primeira vez que uso mulas em uma finalidade tão nobre: ajudar na reabilitação de pessoas como o Cláudio. Mas o mérito não é meu, é dele, por causa da sua grande coragem”, ressalta.

Um haras para equoterapia no Triângulo
Patrocínio deverá ser o primeiro município do Brasil a ter um haras com muares para reabilitação de pessoas com deficiência. O projeto está nascendo na Fazenda Chapadão da Boa, a 40 quilômetros de Patrocínio, fruto de uma parceria entre o empresário Cláudio Garcia e o adestrador Josenildo Costa.

A fazenda já mantém quatro mulas adestradas, entre elas, a mula Brasília. Segundo Josenildo, o animal tem características especiais para equoterapia pela sua docilidade e reflexos apurados, possibilitando a interação e bons resultados em pessoas com necessidades especiais. “Pela experiência realizada com Cláudio, que está montando todo final de semana, a mula já vem provando que tem vantagens em relação à terapia com cavalos. Por causa da sua docilidade o animal dá segurança ao homem, ao mesmo tempo em que ajuda a fortalecer a musculação, fragilizada pela falta de movimentos”, garante Nô. Ele explica também que um dos segredos dos muares está no passo da marcha, que não pune tanto o cavaleiro como no galope do cavalo.

A expectativa é implantar o haras com muares em 2009, começando por um projeto de infra-estrutura voltado às pessoas com necessidades especiais. O custo está sendo levantado informa Cláudio Garcia, mas este será, garante, o mais novo empreendimento de sua vida. “Já sabemos por causa da minha experiência que a qualidade de vida de muitas pessoas pode melhorar com esse tipo de tratamento”, conclui.

Fonte: Revelação Online - Uniube

09/05/2012

SÍNTESE DO RELATÓRIO DA CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO

Clique aqui para ampliar

Clique aqui para ampliar

Clique aqui para ampliar

Clique aqui para ampliar

Matéria publicada no JdFA.

14/03/2012

A água é um bem finito (e não inesgotável)

A crise da água
e a sede de vida
(Marcelo Barros)

No dia 22, a ONU celebra mais um Dia Internacional da Água. Em vários países, devido à urgência do problema, as reflexões e eventos sobre esse dia tomarão toda a semana. De fato, estamos em situação de risco. O sistema de vida no Planeta Terra está ameaçado e a água se torna o bem mais precioso. Hoje, 1,1 bilhão de pessoas já não tem acesso à água potável e 2,4 bilhão de pessoas não têm saneamento básico. Cada ano, 6 milhões de pobres, dos quais 4 milhões de crianças, morrem de enfermidades ligadas a águas contaminadas. Até o ano 2025, conforme estudo da ONU, este problema afetará metade da humanidade.

Há diversos motivos para esta crise. A Terra tem 75% de sua superfície ocupada por oceanos, mas a água doce representa apenas 2,5% deste total. No último século, a população mundial aumentou muito e na maioria dos países a urbanização se fez de modo descontrolado. É ao redor das 217 bacias fluviais internacionais que se concentram 40% da população mundial. Por causa do crescimento demográfico e da poluição, nos últimos trinta anos os recursos hídricos foram reduzidos em 40%. E muitos ainda se comportam como se a água fosse um bem inesgotável. Usam os recursos hídricos de modo irresponsável e injusto.

A água é um recurso natural limitado e pode acabar. Tem valor econômico e competitivo no mercado. Não pode ser desperdiçada (cada vez que se toma um banho com chuveiro aberto todo o tempo desperdiça-se mais água do que se usa). Quase todos os países atualizam legislações sobre a água. Em vários lugares, há conflitos entre povos por causa da água. Há quem diga que as guerras do futuro serão por causa de água.

Organizações não Governamentais e movimentos populares defendem que a água não deve ser mercantilizada – ela é mais do que uma mercadoria – e menos ainda privatizada. A Pastoral da Terra declara: “Sendo a água constitutiva do ser humano, da vida como um todo e do meio ambiente, ela é um direito natural, patrimônio da humanidade, dádiva divina e não obra humana. Por isso, ela não pode ser reduzida a uma mercadoria e a um bem particular. E nenhum ser humano pode arrogar a si o poder de negar a qualquer semelhante ou ser vivo este bem essencial à vida”.

O cuidado com a água tem, então, motivos sociais e econômicos. Mas, a nossa relação com a água só mudará se aprendermos com as culturas religiosas antigas a nos relacionarmos com a terra e com a água de forma amorosa e espiritual. A Bíblia fala da água como símbolo do Espírito de Deus que derrama sobre o universo uma vida nova. Cuidar bem da água e defender os rios e fontes é uma forma de reconhecer a presença divina no universo, defender a vida e participar da Páscoa pela qual Deus “renova todas as coisas” (Ap 21, 5)1.

Fonte: Jornal “O Popular”, de Goiânia, 13 de março de 2012.

Matéria publicada no JdFA em 10/3/2012.

10/03/2012

Ciúme feminino até no terrorismo

Esposa ciumenta teria entregado Bin Laden

Para general paquistanês, americanos chegaram à casa onde terrorista foi morto graças a desavença

O terrorista Osama bin Laden teria sido entregue aos norte-americanos por uma de suas primeiras esposas, que sentia ciúmes de uma rival mais jovem na casa em que viviam, segundo a tese elaborada por um general paquistanês depois de uma longa investigação.

Dez meses mais tarde, a incursão de um comando de elite americano que matou o chefe da al-Qaeda em seu tranquilo refúgio na cidade paquistanesa de Abbottabad continua sendo um mistério que alimenta inúmeras teorias, inclusive a traição por ciúmes. À época, Bin Laden já estaria afastado do comando da rede terrorista e estaria sofrendo com problemas mentais.

Shaukat Qadir, um general de brigada reformado, investigou o episódio durante oito meses. Graças a suas relações com o alto escalão das Forças Armadas, foi autorizado a visitar a casa que Bin Laden ocupou e falar com os agentes que interrogaram as esposas do terrorista, presas depois da operação americana.

Segundo Qadir, Osam bin Laden foi vítima de um complô de sua própria rede terrorista, que utilizou uma de suas esposas para colocar os americanos em seu rastro.

De acordo com o general, Bin Laden começou em 2001 a sofrer com uma deficiência mental. A partir disso, o egípcio Ayman Al Zawahiri, segundo na linha de comando da al-Qaeda passou a organizar um plano para tirá-lo devista. Depois de vários anos de fuga no Noroeste do Paquistão, a rede terrorista decidiu escondê-lo em Abbottabad, onde mandou construir quase uma mansão para abrigá-lo com suas esposas Amal e Seehan e vários de seus filhos.

Bin Laden se estabeleceu na casa em 2005. O grupo incluía Khalid, filho adulto fruto da relação com Seehan e quem, como os guarda-costas paquistaneses de seu pai, tinha esposas e filhos.

No entanto, o panorama mudou em 2011 quando chegou à casa outra esposa de Bin Laden, Jairia, saudita como Seehan e com quem ele havia se casado no final dos anos 1980 e a quem não via desde 2001, época dos ataques às Torres Gêmeas, em Nova York. Refugiada e vigiada de perto em uma casa no Irã até o final de 2010, Jairia passou, segundo o general Qadir, vários meses num campo da al-Qaeda no Afeganistão antes de chegar a Abbottabad em março de 2011, menos de dois meses antes do ataque americano. Para Qadir, não há dúvidas de que foi Jairia quem traiu Bin Laden.

“É o que Amal também acha e disse aos investigadores”, explicou. Ao chegar à casa, Jairia, já conhecida por seus ciúmes doentios, se instalou no primeiro andar e logo levantou suspeitas, em particular por parte de Khalid. Mencionando um depoimento de Amal a seus interrogadores, Qadir relatou que “Khalid não parava de perguntar a Jairia por que havia ido para Abbottabad e o que queria com seu pai”.

“Tenho que fazer uma última coisa por meu marido”, teria respondido ela. Sempre de acordo com o general Qadir, “Khalid, preocupado, levou ao conhecimento de seu pai os temores de uma traição”. Mas Bin Laden, fatalista, teria se limitado a comentar: ‘O que tiver de acontecer acontecerá”.

De acordo com Amal, “Osama bin Laden tentou convencer suas outras duas esposas a deixar a casa e fugir, mas elas quiseram ficar com ele”, contou Qadir.

Para o general, a al-Qaeda e Al-Zawahiri guiaram Jairia para que orientasse os americanos a chegar à casa em Abbottabad. A interceptação, por parte dos americanos, de uma comunicação telefônica de Jairia contribuiu para convencê-los de que Bin Laden efetivamente se encontrava naquela casa. O governo de Washington descartou qualquer complô e assegurou ter chegado até Bin Laden por seus próprios meios. O Exército do Paquistão insiste que ignorava a presença do terrorista em Abbottabad.

Segundo Qadir, o Exército paquistanês também descobriu a presença de Bin Laden, mas já muito tardiamente, no final de abril, e foi surpreendido pelo ataque americano. Em qualquer caso, faltam provas. Sobre a chance de a verdade surgir de fato algum dia, o general sorri: “É como o caso do assassinato de John Kennedy”.

Matéria publicada no JdFA em 10/3/2012.

WikiLeaks e o corpo de Bin Laden

Corpo de Bin Laden não teria sido jogado ao mar

Informações que vazaram dão conta de que história contada pelo governo americano seria uma farsa

O corpo do ex-líder da rede terrorista Al Qaeda Osama bin Laden não foi lançado ao mar como afirmaram as autoridades americanas, mas levado para os Estados Unidos em um avião da CIA, revelou o WikiLeaks ao jornal espanhol Público”.

E-mails da Stratfor Global Intelligence, uma empresa privada de segurança com ligações na inteligência americana, vistos pelo Público e outros jornais do mundo todo, revelam que o sepultamento de Bin Laden, assassinado por forças americanas em 2011 em Abbottabad, no Paquistão, no mar seria uma farsa.

A mensagem foi classificada como “superconfidencial”, mostra Fred Burton, um dos diretores da Stratfor, dizendo: “fui informado que trouxemos o corpo. Graças a Deus”. O e-mail tem o título de “OBL”, o que o jornal espanhol interpretou como as iniciais de Osama bin Laden.

Na mensagem seguinte, Burton escreve “(alpha) O corpo esta a caminho de Dover, Delaware, em um avião da CIA”, detalhou o Público – ‘(alpha) significaria que a informação é “limitada a uma reduzida cúpula de máxima responsabilidade na corporação”. O jornal assinalou que em Dover há uma base da Força Aérea dos Estados Unidos.

“Depois seguirá até o Instituto de Patologia das Forças Armadas em Bethesda”, próximo a Washington, acrescenta Burton, que é ex-agente especial do Serviço Secreto Diplomático do Departamento de Estado dos EUA.

Em outra mensagem entre analistas da Stratfor sobre o acontecido, Burton revela que “o corpo segue em direção a Dover e já deveria ter chegado”. Em outro ponto afirma: “se o corpo foi jogado no mar, coisa que duvido, seria um toque muito ao Adolf Eichmann. A Tribo fez o mesmo com as cinzas desse nazista. Nós quereríamos ter a fotografia, o DNA, as impressões digitais, etc... Seu corpo é como a cena de um crime e não concebo que o FBI e o Departamento de Justiça permitissem semelhante coisa”.

Conforme o governo dos Estados Unidos, o corpo de Osama bin Laden foi levado do Paquistão ao porta-aviões Carl Vinson, no mar de Arábia, onde, a partir dos costumes islâmicos, foi lavado e envolvido em um sudário de cor branca, para depois ser colocado em um recipiente com pesos e, então, jogado ao mar.

Matéria publicada no JdFA em 10/3/2012.

10/10/2011

Do JdFA para Steve Jobs

The Big Apple
Isaac Newton, a Teoria
da Gravitação Universal
e a evolução da Maçã.

Sacada do JdFA sobre ilustração de Philip Reeve

Beba direto da fonte clicando aqui.

22/07/2011

Artigo Dra. Érika de Lacerda Bar

Diferença entre o adolescente infrator e dependente químico

Quando se fala em tratamento destinado ao dependente químico e ao atendimento realizado junto ao adolescente infrator, percebe-se muita confusão gerada pela falta de conhecimento sobre a conceituação dos termos. Diante disso, necessário se faz o esclarecimento a respeito da diferenciação dessas duas denominações: “adolescente infrator” e “dependente químico”.

O termo “adolescente infrator”, se refere à pessoa, com idade entre doze e dezoito anos, que comete ou cometeu um ato infracional, que é análogo aos crimes previstos no Código Penal Brasileiro – CPB. Esses adolescentes, que são sujeitos de direitos e deveres, estão submetidos ao que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente e, após o devido processo legal, poderão responder pelo ato infracional cometido, com o cumprimento de uma medida socioeducativa, em uma das Unidades de Internação Socieducativa existentes. Em Patrocínio, o Centro de Integração e Apoio ao Adolescente de Patrocínio - CIAAP trabalha, exclusivamente, com a execução da medida socioeducativa de internação e com o acautelamento provisório.

Com relação ao uso de drogas, existe uma classificação de tipos de usuário de substâncias psicoativas que os subdividem em: usuário experimentador, usuário ocasional, usuário habitual e usuário dependente. Quando se trata do “dependente químico”, reporta-se à pessoa (de qualquer idade) que estabelece um padrão de uso de drogas que a leva a perder sua autonomia e sua capacidade de decidir sobre sua própria vida.

Diante dessa diferenciação, ressalta-se que o trabalho do CIAAP se foca na responsabilização do adolescente frente ao ato infracional por ele praticado e não com a recuperação de dependentes químicos. Entretanto, é fato que, grande parte dos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de internação faziam uso de algum tipo de droga, mas não necessariamente são dependentes químicos.

Para se trabalhar com o dependente químico são necessários dispositivos institucionais específicos, com equipe especializada. Como exemplo desse tipo de instituição, tem-se o CAPS ad – Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas (para municípios com mais de 70.000 habitantes), as Comunidades Terapêuticas, Grupos de Apoio, Hospital de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Drogas (para municípios com mais de 200.000 habitantes), Clínicas e Centros de Recuperação de Dependentes Químicos.

Recentemente, veiculou-se em nossa imprensa a execução do Projeto AMAM (Amor Maior ao Menor), que prevê a instalação de um Centro de Tratamento do Menor Dependente Químico.

Logo, conclui-se que o Projeto AMAM não virá para concorrer com o trabalho realizado pelo CIAAP, mas sim para somar com este, com o Serviço Público e Privado de Saúde e Assistência Social do município, e especialmente contribuir com as famílias patrocinenses que sofrem, direta e indiretamente, com o mal das drogas.

Para finalizar, fica a certeza de que, tanto o adolescente infrator, quanto o dependente químico merecem ser alvos de políticas públicas para se trabalhar as questões pertinentes a cada situação.


Érika de Lacerda Bar
Psicóloga, especialista em Dependência Química e Diretora de Atendimento do CIAAP

19/11/2010

Releia, por favor!

Projeto Salitre
A quem interessar possa,
favor reler exatamente 1 ano depois.

(Ou, quem sabe, reler no futuro...)

Os links abaixo remetem você a uma série de textos publicados em novembro de 2009 aqui no JdFA. Tem a pretensa missão de inserí-lo(a) nesse universo novo para todos nós patrocinenses.

(Re)lendo-os, você terá sua própria visão do todo, sobretudo dos impactos que serão gerados em 100 anos - ou mais - de exploração de nossas ricas jazidas fosfáticas (que gerará uma imensa cratera de 20 quilômetros quadrados).

(Que providências tomar para minimizá-los...) Num momento em que todo o planeta está voltado para questões ambientais, por que nós devemos ser alheios, desinteressados e, pior, desinformados?


Você sabia que a vazão de captação no Ribeirão Salitre equivalerá à demanda de abastecimento de uma cidade de aproximadamente 200 mil habitantes? (O Ribeirão Salitre tem um volume de 1.188m³/h. Este Ribeirão sempre foi visto como possível abastecedor de água potável de Patrocínio).
JdFA de 16 de novembro de 2009.

A intervenção nas nascentes e nos cursos d’água (bem como a captação e utilização destas águas) na região de Salitre de Minas têm análise técnica e jurídica dos órgãos competentes?
JdFA de 16 de novembro de 2009.

A prefeitura e as autoridades municipais têm em mãos um relatório descritivo de cada propriedade rural a ser afetada pelo Projeto Salitre da Fosfertil? Com mapa contendo a área diretamente afetada e utilizada pela atividade agrossilpastoril, número de pessoas residentes no local, utilização da água e a área diretamente afetada com a atividade?
JdFA de 17 de novembro de 2009.

Temos que admitir: nem de longe imaginamos o que é, como é, como será, a partir da implantação da mineradora de fosfato em nosso município. Verdade ou não? Por isso é importante sua leitura. Para que juntos comecemos a entender, a analisar, a aprender a ter argumentos até para questionar e formar opinião sobre o tema.
JdFA de 17 de novembro de 2009.

Você consegue imaginar o volume de apenas uma das inúmeras 'pilhas' de 'rejeito' da "barragem de contenção"? O que você pensa sobre a mineradora ter que adquirir área para compensar áreas erradicadas e suas respectivas formações vegetais, existente ou original, na proporção de 2 por 1? E sobre a proteção legal do bioma dominante na região do empreendimento, qual sua opinião? E sobre a definição de plantio de 50 mudas para cada árvore (espécies arbóreas) encontradas isoladas ou em agrupamentos na área a ser explorada, o que você acha dessa medida?
JdFA de 18 de novembro de 2009.

Capturar e transportar para outras áreas exemplares de fauna ali encontrados, principalmente de hábitos terrestres e arborícolas, como répteis, anfíbios e pequenos mamíferos. Coletar o máximo possível de espécimes epífitos de ocorrência restrita, de modo especial bromélias e orquídeas. Antes e durante o processo de exploração florestal, coletar o maior número possível de sementes acaso encontradas “maduras” nas árvores a serem erradicadas.
JdFA de 18 de novembro de 2009.

Publicado originalmente aqui.

15/11/2010

Pato Mergulhão JdFA 3/11/2009

Enquanto a grande maioria
se preocupa apenas e tão-somente
com aspectos econômicos,
é justo que uns poucos (ou loucos)
se preocupem com as questões
sócio-ambientais.

Para você, leitor, leitora, ir pensando...

Está em andamento o processo de implantação e operação da jazida de fosfato de Salitre de Minas - o PROJETO SALITRE.

Em breve vão ‘formalizar’, pela via da ‘audiência pública’ (eu particularmente não acredito nessas coisas; acho 'jogo de cena') o processo de licenciamento ambiental...

Por que não tornam públicos os estudos e medidas de controle, compensação e mitigação da área a ser explorada?

Quais programas serão implantados para preservação dos recursos naturais da região? (Programas de gestão de efluentes líquidos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos gerados em todas as etapas do processo industrial).

Serão implantados desde o início das operações?

E quanto às pesquisas para minimizar os impactos na flora e na fauna?

Como será a compensação de toda a área afetada?

E o monitoramento de espécies de animais da região em perigo de extinção?

Pretende-se criar uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Nacional), como forma de preservar áreas naturais de interesse ecológico?

Haverá riscos de contaminação das águas minerais subterrâneas (outra grande riqueza nossa)? Que tipos de impactos estão previstos?

Além da poluição visual, haverá poluição residual? Há possíveis cargas radiativas nos rejeitos da mineração, que possam poluir/contaminar o aqüífero regional? (Que cargas seriam estas? Minérios de titânio, por exemplo?)

E o extenso conjunto hidrológico regional – águas superficiais e subsuperficiais, como será guarnecido?

As barragens de contenção de sólidos oriundos dos efluentes industriais vão ter uma reciclagem das águas utilizadas?

Como ficará o abastecimento de água das fazendas da região?

Como foram efetuadas as negociações com os proprietários rurais nativos?

Qual a realidade de cada família hoje sem suas posses? Continuam no local de origem? Estão empregadas?

Que tipo de preocupação devemos ter com a agressiva poluição que será causada, pelo excesso de uso de fosfatos e outros adubos, nos córregos e nascentes?

Nem um (ou nenhum) Protocolo de Intenções, com aval do governo do Estado, será assinado?

Nem mesmo um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), envolvendo como testemunha o Ministério Público Estadual?

O que será proposto e efetivado em termos de educação ambiental, inventários, monitoramento, plano de manejo, conectividade, recuperação, unidades de conservação etc?

A exploração de fosfato em Serra do Salitre, pela Galvani, e a exploração em Salitre pela Fosfertil, não representarão acúmulo de problemas (em dobro), no que diz respeito à degradação ambiental, poluição, sobrecarga de escoamento etc, por serem áreas próximas?

Segundo a Fundação Biodiversitas, em seu “Atlas Biodiversitas”, o Ribeirão do Salitre integra a relação de prioridades para a conservação da biodiversidade em Minas Gerais, como área de “importância biológica muito alta”, ou como área de “importância biológica 'extrema'”, pela ocorrência do pato-mergulhão e por sua alta riqueza de répteis e anfíbios. O que estão pensando, de prático e concreto para o Ribeirão Salitre?

E o futuro do Tigrisoma fasciatum? O Ribeirão do Salitre é a única área de ocorrência desta ave rara (popularmente conhecida por Socó-boi) em Minas Gerais.

E o que será do Geobates poecilopterus (vulgo ‘tico-tico-máscara-negra’)?

E do Coryphaspiza melanopis (vulgo ‘andarilho’, ‘abana-cauda’), o que será?

E o pato-mergulhão, essa raríssima espécie, que escolheu a região do Salitre, este santuário ecológico, como ponto de pouso e reprodução? O que será do pato-mergulhão, super protegido pelas leis ambientais?


Pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) - A espécie e seu hatitat são legalmente protegidos no País - Lei 5.197 de janeiro de 1998. A Instrução Normativa nº 3, de 26 de maio de 2003, do Ministério do Meio Ambiente, classifica a espécie como criticamente ameaçada de extinção. O Pato-mergulhão é considerado uma das aves mais ameaçadas das Américas, constando tanto na lista brasileira produzida pelo Ministério do Meio Ambiente quanto na lista internacional da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).

Matéria publicada no JdFA em 3/11/09.

Pato Mergulhão JdFA 10/11/2009

A história da existência do Pato-Mergulhão (uma das aves mais raras e protegidas do Mundo) no Ribeirão do Salitre partiu daqui.

Aí, como tal constatação pode causar uma celeuma sem-fim, alguém gritou em alto e bom som, antes que a conversa ganhe corpo:

"Tem um casal (um par) de Pato-Mergulhão vivendo no Córrego Feio".

Eis que então entra o famoso "em compensação".

A área poderá receber investimentos, para que o ‘bicho’ raro sobreviva.

Traduzindo:

Coitado do Pato-Mergulhão, vai perder o Ribeirão do Salitre...

Mas "em compensação" vai morar no Córrego Feio...

Como se fosse simples assim... Como se o bicho mudasse; como se o 'danado' pudesse ser transferido do Serra Negra para o Enéas Aguiar...

Leia aqui a pista para a teoria do "em compensação".

Matéria publicada no JdFA em 10/11/09.

Pato Mergulhão JdFA 11/11/2009

Releia observação intitulada "vai que algum ‘pato’ cai", publicada no JdFA em 10 de novembro de 2009.

Batata! Dito e feito. Veja o rebate em
11 de novembro de 2009 (exatamente um dia depois – foram rápidos no gatilho).

"O encontro desse animal (Pato-Mergulhão - no Córrego feio) foi devido a uma pesquisa realizada pela Fosfertil que estará se instalando no município a partir de 2010".

Na verdade, o que estão querendo dizer...

Que a ave superprotegida até por rígidas leis internacionais, por conta da exploração da mineradora multinacional vai perder seu habitat natural, o Ribeirão do Salitre (e olha que isso é um agravante e tanto...)

Mas, ‘em compensação’, um casal de Pato-Mergulhão foi visto tranqüilo nas águas do Córrego Feio, agora chamado de Córrego Bonito... E dizem (dizem!) que quem viu foi um dos diretores do DAÉPOCA...

Entendeu? Captou?

Encontrar o já quase extinto Pato-Mergulhão no Córrego feio só foi possível graças a uma pesquisa realizada pela Fosfertil que estará se instalando no município a partir de 2010.

Captou? Entendeu?

Por favor, não deixe de
conferir.


P.S. - Na medida em que os demais sites 'repercutirem' e 'aplaudirem' (a partir deste 11 de novembro de 2009) o 'achado' dos 2 patinhos na lagoa do Córgo Bunito, vamos inserindo seus links aqui no JdFA.

Matéria publicada no JdFA em 11/11/09.

Pato Mergulhão JdFA 25/2/2010

O que está por trás do projeto
“O Córrego Feio é Bonito”

Vamos falar sério…

Essa conversa de “Córrego Feio é Bonito” se dá em função de:

Na região de Salitre de Minas, onde a Fosfertil/Vale vai entrar rasgando com a mineração a céu aberto que só Deus sabe os males que estão por vir, foi detectado, há muitos anos, por pesquisadores sérios, a existência de um bicho raríssimo e em vias de completa extinção: o Pato Mergulhão.

A existência, naquele local, do famoso Pato Mergulhão, protegido por leis internacionais de preservação, poderia colocar o risco a liberação da tal licença ambiental para exploração, por no mínimo 100 anos, da mina de fosfato, licença essa liberada recentemente, ao barulho alucinante de um foguetório e latinório sem-fim.

Aí o que eles fizeram? Qual manobra articularam?

Ó, o Pato Mergulhão tem que arrumar outro lugar para passar sua temporada, se acasalar, botar, chocar seus ovos, ver nascer e crescer seus filhotes e dar continuidade à espécie já quase extinta, vigiada com carinho por milhares de olhos em todo o mundo.

Com apoio questionável e suspeito do CODEMA – Conselho de Defesa do Meio Ambiente, cujo presidente é (pasmem!) funcionário do DAEPINHA, sabe onde eles arrumaram lugar para nova residência do Pato Mergulhão? No Córrego Feio, claro. Veja aqui e aqui.

Então, agora, para sacramentar a ‘coisa’, vem aí o tal projeto “O Córrego Feio é Bonito”.

Só que o Pato Mergulhão, coitado, vai-se embora com o Ribeirão Salitre, uma das mais fartas e puras bacias de nosso município, a única com capacidade de ou substituir ou completar o abastecimento de nossa cidade. Em seu lugar vai surgir, com o correr dos anos, uma cratera que se extenderá, sem choro e nem vela, a céu aberto, por 20 longos quilômetros...

“O Córrego Feio é Bonito”. O Pato Mergulhão é que é o patinho feio da história...

Também, desse pessoal que trouxe o Cadeião (Penitenciária Estadual de Alta Periculosidade) para Patrocínio, pode se esperar tudo e qualquer coisa a mais sempre...

Quer se aprofundar sobre o tema Pato Mergulhão? Lei'aqui, aqui, aqui e outros posts no JdFA. É só pesquisar que acha.

Post scriptum em tempo: Quer saber quais as pessoas que viram casais do Pato Mergulhão nadando no “Córrego Feio é Bonito” e afirmaram com certeza e firmeza essa 'conveniente' mudança de endereço aos órgãos ambientais que liberaram a licença? O superintendente-chefe do DAEPINHA e seu funcionário, o presidente do CODEMA... Ah, e o pessoal da Fosfertil também.

Matéria publicada no JdFA em 25/2/2010.